Em Pompeia, na Itália, considerado por pesquisadores e estudiosos, o
lugar para o ápice da pichação, onde tudo começou. Após ser atingidas em 79 d.C. pela erupção do
vulcão Vesúvio, a cidade ficou completamente cheia de cinzas ,lama e lava após
alguns séculos, quando foi estudada e redescoberta, sendo um alvo de
curiosidade para arqueólogos. Durante o processo de investigação, em meio à
tantos escombros, foram encontrados os
primeiros registros de escrita em muros. Todos os símbolos foram feitos em
carvão, com um instrumento chamado graphium,e as pichações tinham na
maioria das vezes algo relacionado a poesia, política, além de anunciar eventos
de interesse público entre outros.
Mesmo não havendo nenhuma lei que proibisse essa prática, havia uma
espécie de consenso sobre o que deveria permanecer ou não nos muros ,contratavam
pessoas para pintar tais muros.
Muitos séculos adiante, já na Europa, aconteça criminalização da
pichação em 29 de dezembro de 1884, onde ocorreu o primeiro registro policial
contra o ato de escrever em muros da capital francesa.
"Esse registro policial de uma escritura ilícita
constitui um acontecimento tão pequeno quanto considerável: ele inaugura um
olhar e sua prática; o policial é preciso não apenas quanto ao local da
escritura, mas também quanto ao seu tamanho, sua cor, o suporte em que ela é
feita e sua consistência."
Ainda também na França, que a pichação ganhou flexibilidade,
na revolta Estudantil em 1968, onde jovens reivindicaram seus direitos através
de uma greve geral contra o governo liderado pelo presidente Charles.
O gênesis da escrita em Nova York deu-se em muros e começou na década de
1960. O ponto de partida, foram com as tags, em busca de visibilidade,
os writers, como eram chamados, começaram a grafitar em comboios ou
metrôs. O que era chamado de grafitti em Nova York se iguala ao que no Brasil
conhecemos como "pichação", por mais que a diferença de estilos seja
evidente.As ações era praticadas por gangues, que tinham por objetivo demarcar
territórios e também mostrar insatisfações
No Brasil a pichação deu inicio na década de 1960, primeiramente em
forma de protesto contra a ditadura militar, no qual estudantes eram os
principais responsáveis pela ação. Diversas frases de cunho político, como
"Abaixo a ditadura" e "Terrorista é a ditadura que mata e
tortura" eram pichados nos muros da cidade durante dias de manifestações e
imposições contra o regime. A madrugada fazia parte dos pichadores políticos,
grupos se reuniam e mantinham ação, sempre com cuidado.
"Nessas atividades transgressivas, o uso do spray
torna a técnica fácil e rápida, muito adequada para facilitar a fuga dos
flagrantes da vigilância e da polícia "
Após o período de tensão, São Paulo ficou “cicatrizada” pelas pichações
poéticas, como "Ventos estomacais moverão moinhos nos planaltos centrais"
e "Eu pixo porque peixe". De acordo com o documentário “Pixo’, o criador de cães Antenor Lara Campos deixava sua marca Cão Fila Km 26
pela estrada como forma de publicidade do seu canil.
Numa entrevista para
a revista Veja em 1977, Antenor afirmou que boa parte das pessoas não entendia
o significados das grafias, porém a ação gerava bons frutos e conseguia vender
cerca de 20 filhotes por mês. Por isso, seguidores começaram a deixar suas
marcas como inspiração.
Percebe-se que a
divulgação do Canil de Antenor, caracterizou-se automaticamente como chamamos
atualmente de Marketing de Guerrilha.
"No ano de 1929 Edward Louis
Bernays, sobrinho de Freud e um respeitado Relações Públicas, criou a primeira
ação de Marketing de Guerrilha de que se tem notícia: Ele passou a seguinte
informação para a imprensa: Haverá uma manifestação feminista e durante a
manifestação iam acender a tocha da liberdade. Obviamente todos tos jornalistas
ficaram intrigados e então quando todos chegaram, cada feminista, todas modelos
contratadas, acederam um LUCK STRIKE e fumaram na frente dos fotógrafos. Não
podemos esquecer que em 1929 as mulheres não podiam fumar em público."
A
grande idéia do Marketing de guerrilha é inovar na propaganda, sem utilizar a
mídia como forma de veiculação. O importante é criar.Campos não sabia do
impacto desse tipo de marketing e também da pichação até os dias atuais.
No Rio de Janeiro, um pichador admirado por seu
seguidores fez história na década de 1990. O pichador conhecido por Vinga deixou
sua marca no relógio da Central do Brasil. No entanto, apesar de ter sido
apagado poucos minutos depois de um registro fotográfico, Vinga não hesitou em parar
e em menos de duas semanas acabou voltando para xarpi.
Um outro pichador reconhecido no cenário carioca é o Nuno, criado na zona sul do Rio, desde criança foi envolvido no cenário de rua. Acabou por aprender muito, estando aberto a várias oportunidades. "Sou um cara com 30 anos com cara de 25,corpo de 20, disposição de 15, sonhos de 10 e alegria de 5″ brinca. Acredite se quiser, o Xarpi me trouxe coisas boas e oportunidades."
Imagens da internet
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ResponderExcluirMaravilhosa a publicação. Me ajudou bastante, obrigada!
ResponderExcluir"xarpi, pichação e pixo". Esperava uma distinção entre os três termos, pois já existe entre os dois últimos.
ResponderExcluirPara mim, pixo é SP, xarpi é Rio e pichação está nos outros estados.
ExcluirVejo diferenças nítidas entre o xarpi e o pixo.
O xarpi acredito que seja inspirado nas escritas dos EUA.
O pixo, é baseado nas capas de cds de ROCK dos anos 80.
Existe xarpi em são paulo, que são chamados de Tags. Normalmente feitas de giz de cera.