Depoimentos


  A LENDA - SALX

Salx é uma lenda na cidade Nova Friburgo, sua morte gerou muita tristeza entre os amigos. Por isso ao entra em contato Joana*, ela relata um da vida do pichador Friburguense.

Joana*, quem era Salx e quando ele começou a pichar?


  • Luiz Adolpho Corrêa Alves da Cunha Júnior, nasceu dia primeiro de outubro de mil novecentos e noventa e faleceu cinco dia após o seu aniversario em dois mil e treze Ele costumava pichar desde muito novo. Tinha passado por cidades do Brasil todo e conhecido diferentes estilos e tal. Eu lembro que quando ele visava um lugar onde queria colocar um nome, ficávamos passando nesse local varias vezes , em diferentes horários, pra ver o fluxo de pessoas, iluminação, melhor maneira de subir no prédio e melhor horário, sem risco de policia. Ele estudava o lugar rs.


Como foi a morte de Salx?


  • A morte dele foi repentina, ele tava indo ao rio direto pra encontrar um amigo pichador também. Ate que em meados de outubro, eles sofreram um acidente de carro, proximo a freguesia Eles estavam embriagados, em alta velocidade e bateram em um poste.Ele tinha acabado de fazer 23 aninhos


O que você acha da pichação?


  • Penso que é um esporte urbano que envolve muita adrenalina, preparo físico pra chegar aos lugares mais altos. Acho que é um grito, as vezes de revolta , as vezes de amor. É uma quebra nos padrões de arte..
  • Eu acho que as pessoas falam sempre que suja as cidades, enfeia os prédios, polui visualmente, mas eu acho que faz parte da transformação da cidade, do processo de formação de uma  O que as propagandas fazem? Invadem seus olhos sem pedir licença, pendurados em prédios , arvores , outdoors etc. Isso é aceitavel porque é lucro, é concordante com o sistema. Mas um grito de fúria, de uma juventude boicotada por essa elite , tem que ser abafado. É como um abaixo assinado a céu aberto
  • No jornal SALX está com as mãos levantadas.


* Nome Fícticio para preservar a identidade
* Imagens da página SB SALX




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DEPOIMENTOS

O pichador paulista conhecido por Deko picha há 15 anos na cidade de São Paulo.

O que você acha da pichação carioca?
R= Eu acho feio o estilo é arredondado, diferente da caligrafia fina e reta de São Paulo. outra diferença é que o xarpi está presente principalmente nos muros e pedras; não existe o hábito de marcar o alto dos prédios, e é feito com tinta spray, já em São Paulo pode ser feito com rolos de tinta.Esse nome xarpi é horrível.

Você acha que todo pichador é bandido, comete crimes?
R= Eu nunca roubei jet nunca trafiquei nada, dizem isso porque o xarpi e o pixo vieram da periferia...dos pobres e associam sempre com roubo ou safadeza, mas acredito que sim existem pessoas que fazem o mal uso da pichação. Mas a mídia tem que descobrir os verdadeiros.


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Praga é conhecido como pichador da cidade de Nova Friburgo, picha há 2 anos na cidade.

O ego é característica na vida do pichador?
R= Sim, ele acaba pichando por ego e por outras coisas envolvidas como prazer, lazer, resistência ao  sistema. E quando picham mais alto, mais mídia.

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Professor de História da Cidade de Nova Friburgo,Carlos Alberto.

Você acha que é possível descriminalizar a pichação?
R= Questão de descriminalizar é necessário um debate popular. Questões como aborto, homofobia, e a pichação devemos primeiro, entender o que é o que, para saber o que é benéfico para a sociedade. Eu sou sempre a favor do debate sobre a descriminalização do que for. E também acho que deve ser feito um trabalho antes para que o cidadão exponha sua opinião.

Qual o papel da mídia para assuntos relacionadosa pichação?
R= Chamar atenção da mídia, também é um dos pontos fortes, e a mídia possui um papel importante em mostrar e trazer questionamentos. Mostrar, denunciar e discutir assuntos.

O pichador pode ser considerado marginal pelo seu ato transgressor?
R= Primeiro vamos tentar definir o que é marginal, é aquele que está à margem da sociedade. E nem sempre um marginal é um bandido. Fica no senso comum de que todo marginal é bandido. Eu sou a favor da forma de expressão, o cidadão só é pleno quanto tem a liberdade de se expressar, se ele é tolido dessa liberdade, ele não está exercendo seu papel. E o homem luta muito por sua liberdade. E antes de estar preso atrás das grades, você estar preso atrás da sua vontade é a pior coisa que têm.

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Com nome Fictício, moradora do centro conhecida por Arlete, diz que sua casa foi pichada.

O que você acha da pichação?
 R= Eu, particularmente, não gosto de pichação. Se é uma forma de expressão, essas pessoas precisam rever os seus conceitos. Um grafite, sim, possui uma veia artística e uma forma de protesto/intervenção/embelezamento. Uma pichação parece que uma criança pegou um spray e fez a primeira coisa que veio a sua cabeça. Se a questão é ser anônimo, funciona, mas novamente, há outras formas de o fazê-lo. É uma perda de tempo e uma pedra no sapato. Há outras formas de se rebelar, protestar, se mostrar. Não faço idéia do porquê de terem escolhido minha casa. A casa existe há mais de 60 anos e nunca tinha sofrido disso, até esses dias

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Um morador com nome fictício, que vive no interior da cidade, em Amparo, fala da pichação em lugares rurais.

Como é a pichação aqui no interior?

R= A pichação pra mim não é nada saudável. Eu gosto de coisas coloridas alegres, e não um monte rabiscos. Não considero arte  Mas gostaria de saber porque fazem isso. Talvez o seu trabalho da faculdade os ajude a entender o porque de tanto rabisco. Aqui tem alguns, mas é coisa de traficante.

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